Por Lílian cunha da Revista Isto é Dinhero
O assassinato de uma mulher pela estagiária Carolina Santos revela até onde pode chegar a busca cega por uma vaga no mercado de trabalho, numa crônica corporativa de proporções trágicas
Há alguns dias, a jovem Carolina de Paula Faria dos Santos, 22 anos, paulista de Cubatão e ex-estagiária da empresa Petrocoque, na Baixada Santista, foi algemada em sua casa, colocada em um camburão e levada para a delegacia de São Bernardo do Campo. Ela é acusada de ter mandado matar uma funcionária e de assassinar outra, para ficar com a vaga e ser efetivada. O crime chocou o País, ganhou as manchetes de jornais e expôs, na forma de uma crônica corporativa de contornos trágicos, a exacerbação de tudo aquilo que pode haver de ruim num ambiente de trabalho: disputa de poder, inveja, competição, assédio sexual e intrigas. São ingredientes presentes em qualquer empresa, de qualquer setor, de qualquer porte. Em níveis aceitáveis, não costumam contaminar a rotina de uma corporação. Quando, porém, se manifestam de forma virulenta, esses pequenos males transformam-se em doenças e ganham requintes de crueldade. O assassinato revelou também, de forma crua, onde pode chegar a briga por um lugar num mercado de trabalho anêmico como o brasileiro. “Se ela morresse, a vaga era minha”, disse Carolina, em entrevista exclusiva à DINHEIRO, concedida na cadeia feminina de São Bernardo do Campo.